fragmento final: "A jornada quase sempre penosa de Vincent até essa encosta de Auvers começou numa infância infeliz, turvada pela melancolia crônica de sua mãe, enquanto ela chorava a perda do primogênito.
O amor que ela negou a Vincent, ele procurou numa série de relacionamentos desastrosos, e suas esperanças de realizar um amor perfeito foram repetidamente frustradas por desapontamentos arrasadores. Foi rejeitado pela filha de sua senhoria em Londres, uma moça secretamente comprometida com outro homem. Com um efeito devastador, foi rejeitado pela prima Kee e, numa encenação dramática diante do pai dela, levou à chama de uma laterna, para provar seu amor e deslocar seu sofrimento emocional. Tendo uma afeição pela prostituta Sien rejeitada e sua felicidade doméstica destruída, conseguiu fugir de uma situação estressante para logo em seguida se ver envolvido em outra: a tentativa de suicídio de Margot Begemann. Depois, acusado injustamente por dois padres de engravidar um das paroquianas, fugiu da Holanda para Antuérpia e, finalmente, para Paris e a Provença. Ostracismo, rejeição, incompreensão e antipatia o perseguiram até ele encontrar em Gauguin um espírito afim, um inspirador, um mentor e um amigo - ou pelo menos assim ele pensava. A partida de Gauguin deixou algo mais que a orelha mutilada de Vincent, pois esse acontecimento desencadeou os ataques, as ausências e os pensamentos suicidas que o perseguiram até ele lhes dar fim, dezenove meses depois, em Auvers, em julho de 1890.
Diante do túmulo de Vincent, Gachet, contendo as lágrimas e num tom quase inaudível, fez o elogio do artista, dizendo: "Foi um homem honesto e um grande artista. Para ele havia apenas duas coisas importantes: a humanidade e a arte."
O comportamento de Gachet no cemitério pode ter sido suscitado pela compreensão de que ele provavelmente contribuíra para a morte de Vincent do que a expressão de um amor genuíno por ele. É possível que o dr. Gachet se orgulhasse de ser "um homem honesto" e já não conseguisse esconder de si mesmo seu ônus na morte de um homem a quem admirava e temia".
Achei um livro delicioso de ler e com uma riqueza incrível de detalhes.
A coisa das cartas de Van Gogh para o irmão, retratadas tão bem no livro. Realmente fonte insubstituível para quem quer conhecer um pouco da passagem de Van Gogh por esta dimensão.
Me identifiquei muito com Van Gogh, a carência materna que ele tinha, mas principalmente pela melancolia. Tristeza e depressão constante por tudo e incompreendidas por todos, até pelo próprio Van Gogh.
Hoje, não por acaso, achei uma carta que recebi quando fui assistir a peça de teatro " A Casa Amarela" com Gero Camilo. Que lindo!!! Que obra de arte esta peça foi!!! A carta contêm a planta da Casa Amarela que Gogh queria ter montado em Arles. Tinha um quarto para Gauguin, etc. Esta carta entregue como 'folder' foi de grande criatividade, pois carta foi o principal meio de comunicação de Van Gogh com o irmão e cunhada.
Infelizmente, como tantas pessoas, Van Gogh partiu desta dimensão sem realizar seus sonhos mesmo a montagem da Casa Amarela. Que pena! Que triste! Quem disse que na vida há felicidade???
Gero Camilo montou a peça de teatro "A Casa Amarela" com recursos próprios. Ele escreveu o texto, produziu o espetáculo e interpretou Van Gogh. Foi maravilhoso!!! Parabéns Gero! Sou sua fã!