sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

A hermeticidade da vida

Os 40 graus centígrados de sensação térmica nos põe e impõe uma situação de Estado de sítio, o sítio, sítio. O sítio a sombra, o sítio ao uso da água, o sítio a não sair de casa. É tão latente toda a hermeticidade da vida.

Parece que nesse calor além de estarmos num grande forno semi-universal, a vida também está semi-universal.

Semi-universal nas relações, afinal, estar conectado ao mundo ciberneticamente é algo questionável. Você desliga o computador e está hermético. Ninguém te liga no aparelho telefônico e de novo você está hermético, estar em casa é estar hermético, ouvir "nãos" soa como uma ode a hermeticidade. E que coisa terrível é estar hermético, pois estar em praça pública também tem um quê de hermético.

Não ser chamado para trabalhar é estar hermético e este tipo de hermeticidade é quase que uma condenação a pena de morte pois todos os porquês te perseguem com tridente apimentado.

Estar ou ser hermético?

Estar hermético pelo anonimato, pelo não reconhecimento, pelo não respeito, pelo desamor alheio e dos homens, hermético por não ir a piscina até. Hermético pelo isolamento social, hermético pelo desânimo.

Hermeticidade é desmotivação profissional e pela vida! É limitação, incapacidade.

Ser hermético é ter hermeticidade decodificada em seu DNA e isso existe. A ignorância nos torna herméticos e somos vítimas de ignorâncias mil nesta aventura radical de viver e de ter nascido. Indiferença nos faz herméticos de uma das piores formas que existe. Ser hermético é pertencer ao vazio. O vazio da insegurança hermético. O medo hermético.

A vida hermética.



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