Quando escrevi o "Tratado da Impossibilidade do Ser" no meu livro 'De Repente', em 2014, fiquei preocupada(como sempre) na questão de escrever sobre coisas que não se realizaram ou realizarão. Entretanto, o impossível existe como sempre gostei de filosofar e escrever, muito embora a maioria das pessoas se recusem a falar dele.
Falar da viabilidade do impossível é dar a deixa para que as pessoas ao seu redor diga que você não é uma pessoa positiva e agora me parece que tá todo muito 'embasado' pela física quântica(gente chata, irritante).
Eis que a questão da impossibilidade do ser ou do que quer que seja é latente, bem latente e o amor é uma das grandes questões filosóficas humanas. É uma fronteira tênue e de impossível transposição/ travessia.
É uma fronteira de áreas bombardeadas e refugiadas. É uma fronteira do ser!
O amor é o que levanta o ser. Que exalta! Eleva! Reconhece! O amor é o espelho da auto-estima. É o existir, ser enxergado, eleito!
O amor dá identidade e reconhecimento especial ao ser. Entretanto, é sempre relegado por um lado e impossibilitado por outro seja por que seja. Mas é o comum. E este comum é contraproducente.
TRATADO DA IMPOSSIBILIDADE DO AMOR
A vida flui como um jorro d'água contínuo e infinito
Hora essa de água doce
Grandes horas de água salgada e insana
De olhos fechados descemos o rafting da vida
O jorro infinito traduz vorazmente as ganas de uma aterrizagem sana
Cômoda e segura
De um jorro de gozo de amor
Ao qual tarda demasiadamente a aportar
O mais gracioso dessa história recorrente é que o amor
É o Porto Seguro
Seguro do mundo
Das intempéries da vida
Do racismo
Do trabalho forçado
Das lágrimas
Das rugas
Da falência dos órgãos
Do afã
Da dor
Da morte
Ah, a morte que nos ronda e nos dilacera bramando com seu zumbido fiel
Aliás, não se deve reclamar da fidelidade da morte
Como é fiel essa mulher!
E o amor...
Ah, o amor que foi criado para nos refrigerar dos 40 graus do inferno
Normalmente nos imputa ao revés do seu conceito
A culpa
O Se...
A insegurança
A ansiedade
O medo
O peso de toda uma existência gris
Esses protagonistas todos são frutos, usufrutos do amor
O amor sublime
Que te eleva
Te dá leveza
Calmaria
Prazer
E gozo
Desses todos, a morte que nem sabe que o amor existe continua a ser O sublime
e nunca te deixará esperando!
Fabi Nascimento, livro De Repente, pág. 9.
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