Ah, meu blog querido, te amo tanto e quanto mais te amo te abandono quando a vida me abandona, desculpa.
E vamos a Maiêutica, a Sofística e comentários sobre a Era Contemporânea que tenho lido e estudado.
Sócrates foi o fundador da Filosofia Ética Antiga e postulou que a moral é baseada na virtude. Sócrates foi o Filósofo perguntador, pois estabelecia conceitos a partir de seus questionamentos, ou seja, Sócrates exercia a Filosofia em busca de conceitos a partir de perguntas simplórias encontradas em todos os seus diálogos, como: O que é justiça? O que é o bem? O que é a verdade?
A Filosofia conceitual de Sócrates é caracterizada pela necessidade de se encontrar uma definição para as coisas/ virtudes. Normalmente a definição inicial reflete uma visão corrente e coletiva. Entretanto, o método socrático envolve um questionamento do senso comum, das crenças e opiniões que temos, consideradas vagas, imprecisas, derivadas de nossa experiência, e, portanto, parciais, incompletas o que se reflete em possíveis exemplos dados. É exatamente neste sentido que a reflexão filosófica vai mostrar que, com frequência, não sabemos aquilo que pensamos saber.
Segundo MARCONDES (2005), o método socrático revela a fragilidade desse entendimento e aponta para a necessidade e a possibilidade de aperfeiçoá-lo através da reflexão. Ou seja, partindo de um entendimento já existente, ir além dele em busca de algo mais perfeito, mais completo. Isso se dá através de sucessivos graus de abstração e do exame do que essa própria experiência envolve, explicitando o que no fundo já está contido nela. Trata-se de um exercício intelectual em que a razão humana deve descobrir por si própria aquilo que busca ou seja, é um caminho.
O método investigativo e de ensino de Sócrates é denominado maiêutica, que significa literalmente a arte de fazer um parto e no caso, um parto de ideias. Poeticamente, maiêutica é dar à luz às ideias.
O jorrar de ideias de Sócrates dá espaço para que os sofistas considerem seus diálogos como aporéticos (impasse) ou inconclusivos. Os sofistas surgiram no momento da formação da cidade de Atenas e com a criação da Democracia, portanto, no momento de uma normatização para o exercício da cidadania.
Os sofistas convenciam as pessoas das coisas, eles eram persuasivos, ou seja, dominavam a oratória muito bem. Portanto, "vencia" quem soubesse argumentar melhor. Foi a partir daí que houve o aparecimento do que até hoje chamamos de consenso, ou seja, quando ambos os lados em um debate argumentam muito bem e não há um lado vencedor, há que existir um consenso e os envolvidos respeitarem ambos os lados. Platão criticou os sofistas justamente porque eles eram persuasivos e ao contrário de Sócrates não levavam as pessoas ao conhecimento verdadeiro, o qual Sócrates primava com suas perguntinhas: à profundidade das coisas.
É essa oposição que marca, segundo Sócrates, a diferença entre a filosofia e a sofística, e que permitiu com que Platão e Aristóteles considerassem os sofistas como não-filósofos.
Górgias, Protágoras, Crítias eram alguns dos Sofistas mais importantes da época, eles eram eruditos e
educadores da época. A Filosofia Sofística é baseada na concepção de que o conhecimento é relativo à experiência humana concreta do real, a verdade resultando apenas de nossas opiniões sobre as coisas e do consenso que se forma em torno disso. A verdade é, portanto, múltipla, relativa e mutável, ou seja, a Filosofia Sofística é baseada no relativismo.
Transcendendo o relativismo sofista até os dias atuais, os conceitos éticos baseados na virtude estão todos contestados e relativizados e as sociedades sentem isto na pele em seus dia-a-dia. É comum ouvir nos escritórios de trabalho quando comumente alguém tem o carro furtado, por exemplo, as pessoas relativizarem o absurdo: - Ah, você tinha seguro? O importante é que você vai receber 100% da tabela Fipe. Portanto, as sociedades, como a Brasileira, não exigem segurança do governo. Ficam absurdamente relativizando que uma pessoa que teve seu bem furtado vai receber 100% do valor do carro de forma atualizada/ depreciada. É a relativização da violência.
Na Idade Contemporânea vemos muitos exemplos de relativização. O atual presidente do Brasil tem vídeos na internet dizendo que é favorável a tortura e mesmo o Brasil já tendo vivido uma ditadura e com um histórico enorme de torturas e mortes, "relativizou" o que foi dito e elegeu esta pessoa "argumentando" que ele disse isto no passado, que hoje ele é uma outra pessoa, mesmo sem ele nunca ter se pronunciado a esse respeito. O que mostra que a relativização pode ser uma coisa muito perigosa, pois os parâmetros são inúmeros e nem sempre estão baseados em conceitos ou fatos reais ou verídicos.
Na Idade Contemporânea ainda todo mundo relativiza tudo e todos a todo momento. Nas redes sociais todos se veem como sendo importantes em opinar mesmo nem sempre sabendo o que é relativizar um tema.
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