segunda-feira, 27 de março de 2017

Eis, a relativização, o ópio de um povo

Existe no Aurélio uma definição para a palavra "relativizar": Considerar (algo) sob um ponto de vista relativo e não absoluto.

Bob Dylan também cantou corretamente quando disse que "não existe sucesso como o fracasso", mas talvez tenha se enganado quando cantou que "o fracasso é não ter sucesso algum".

Fisicamente Einstein calculou e provou via fórmula E = mc2 que existe uma relação entre a massa e a energia de um corpo e esta mesma fórmula também explica que tempo e espaço são relativos. Enfim, isto é um cálculo físico.

Na vida prática por que tudo sobre o que falamos é relativizado? Seria este hábito sempre positivo? Há poucos anos atrás, dizer algo relativo me soava como algo não corriqueiro, hoje o complexo Poliana manda no país!

Relativizar as coisas deve ser questionável sempre, afinal, tudo é objeto de questionamentos e deve ser, pois os questionamentos é que nos faz pensar. É filosófico.

Relativizar as coisas tornou-se mecânico. Batido. Cansativo e ultrapassado no Brasil atual.

O Brasil vive a maior crise econômica de sua história e o estopim disto foram os escândalos de corrupção política deflagrados em 2014. A economia brasileira altamente sensível ao cenário político, se viu ameaçada e pouco a pouco reduzida pelos escândalos diários de corrupção em todos os níveis hierárquicos políticos conjuntamente com uma classe de empresários, pois os escândalos eram e são de porte internacional. Em pouco tempo, a Economia emergente, pertencente ao BRIC's regride 20 anos e volta-se ao espelho de um país de alto risco ao investimento e cujo futuro é verter seus cidadãos a miséria.

Os cortes foram enormes nos investimentos no Brasil. Projetos cancelados, pessoas demitidas e isto ocorreu em larga escala em 2015 e segui-se por todo 2016. Entretanto, ainda escuto todos os dias as relativizações:

- Ontem, fui demitida do banco. Trabalhei lá por quase 30 anos. Me mandaram embora, mas vou aproveitar para fazer uma pós-graduação. Assim, volto-me para minha área de formação que é a Psicologia.

- Você está sem alocação? Posso perguntar francamente? Será que não é sua relação com as Consultorias, não hein?!

- Olha, será que o problema de Maria não conseguir mais emprego não seria porque ela é formada pela Sorbonne? Morou fora? Acho que o problema reside justamente aí.

- 23 milhões de desempregados??? Essa gente sem qualificação viu!

Essas afirmações/ relativizações são verdadeiras ou são desculpas para quem não quer enxergar o que está ocorrendo e tão pouco exigir seus direitos?

Eis a questão que não para de martelar por aqui do meu lado. Afinal, estou farta de relativizações inúteis de gente desunida que fala qualquer coisa como: - toca a minha campainha quando precisar, mas que nunca está em casa.

Acho plausível cursar pós-graduação sempre, mas diria que pós alguma tá salvando ninguém de entrar na fila dos 23 milhões(ou mais) de desempregados do Brasil.

Relativização não pode ser justificativa. Afinal, essas "relativizações" são apenas uma maneira de justificar o cenário corrente.

Estou farta de gente que sobe no muro na hora do vamo ver...

Farta de gente que ignora o cenário do país, mas que gosta de julgar o alheio como eterno negativo.

Aí lanço a pergunta, segura aí: Física Quântica tem mudado o Brasil? O cenário econômico só piora!

Louise Hay, uma das papisas da Física Quântica, disse que não adianta tentar colher frutos plantados num solo errado.

Diria que errante como o Brasil em sua própria natureza fica difícil brotar algo bom rapidamente. É um DNA corrupto. Existem cidades da grande São Paulo, onde de 12 vereadores eleitos, 11 são corruptos, mesmo assim foram eleitos e assumiram seus cargos. Seguem mamando na teta do poder público.

E quanto ao trabalhador? Segue julgado, sub-julgado como laranja podre e crucificado como bode expiatório de um sistema podre igualado aos sistemas de genocídio africanos. Por que não herdamos as relativizações da primavera árabe?

Eis, a relativização, o ópio de um povo!

https://youtu.be/6e_7oMEG3BQ