terça-feira, 26 de maio de 2020

A imensidão de mim pela pandemia

O que restava de mim para a quarentena não era mais nada
De fato, tudo é efêmero
Comprovadíssimo na quarentena
Como nunca antes

O humano vive de experiências
E nada como foi na pandemia
E pela pandemia
Oportunidade real de aprendizado
Gratuito
Disponível para quem quis

A vida acontece no presente
E por que insistimos no futuro?
Na ansiedade
Na puxação de tapete

O humano do capitalismo contemporâneo vive da puxação de tapete do outro
Da queda do outro
Que não tem nada
E quem o puxa também não tem nada
Mas é a justiça do nada pelo nada

É puro sadismo
O homem contemporâneo é sádico
E o brasileiro não é bom

Não existe justiça dos homens
Nesta dimensão
E no Brasil ainda...

A pandemia igualou
Homens de bem e do mal
Novos e velhos
no nível do vírus

E desigualou o que já era desigual
Os pobres dos ricos
Onde na pandemia
A soberania ainda é dos ricos
Sempre foi
Continua

A desigualdade é latente
Distorce
Contorce
Humilha
Mata

Mas ainda assim fomos igualados por um vírus
Que não escolhe cor, raça, religião, cargo
Mas que revida
As nossas solidões
As distorções
As humilhações
E as mortes